quinta-feira, 30 de abril de 2009

Arriscar...só apenas no número de prolongamentos

Começa dentro de instantes o sexto jogo de umas das séries do playoff da NBA mais sensacionais dos últimos anos. Boston e Chicago, segundo e sétimo classificados na conferência, respectivamente, têm proporcionado espectáculos fantásticos, onde é impossível prever o desfecho. Olhando para todos os jogos, salta à vista que apenas o terceiro não foi decidido no último segundo ou no prolongamento. Senão, vejamos: Bulls vencem logo a abrir a série, numa partida com dois prolongamentos; no jogo seguinte, Ray Allen decide com um triplo quando faltavam 2 segundos; no quarto duelo, Chicago vence com dois prolongamentos e no último é Boston quem leva a melhor após…prolongamento. Esta é já a série com mais prolongamentos em toda a história da NBA. Só por aí se vê a emotividade que tem andado à volta de cada jogo. E arriscar um vencedor hoje é um autêntico tiro no escuro.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Pleno no campeonato não significa título nos playoffs

Com a 30º vitória em 30 jogos, a equipa de basquetebol do Benfica fez o pleno esta época. Algo fantástico e inédito, pois nem a maravilhosa equipa da Luz da década passada, com Carlos Lisboa como figura de proa, conseguiu tal feito. Para muitos, o título é apenas uma formalidade nos playoffs, tal a superioridade encarnada evidenciada na fase regular. Desenganem-se. Os playoffs, como disse há uns posts atrás, são uma competição à parte. É verdade que o Benfica é o grande favorito, não só pelo o que demonstrou ao longo da época mas pelo plantel que tem. Mas numa fase a eliminar, um jogo mal sucedido pode deitar tudo a perder e, em caso de derrota, que seria a primeira, os jogadores têm de saber encará-la como natural. Pior que perder um jogo por ser a primeira derrota, é fazer disso um drama e ver, consequentemente, o desmoronar de todo o trabalho que foi feito até aí. Afirmo que o pior inimigo do Benfica nestes playoffs é… o próprio Benfica. Contudo, se a equipa encarar com o máximo de seriedade esta fase, tem tudo para voltar a trazer o troféu de campeão nacional para casa. A começar pelo FC Porto que, apesar de um modesto 8º lugar, não é uma equipa qualquer e a qualquer deslize do Benfica pode fazer mossa, como (quase) se viu este fim-de-semana. Além do mais, derbi é derbi, seja em que modalidade for.
PS: Na NBA, os Bulls estão a ser a maior surpresa. 2-2 contra os campeões Celtics e, com mais um jogo em casa, podem levar a série à “negra”. E aí tudo é possível. Por outro lado, os Magic vingaram-se dos Sixers e devolveram o amargo de boca que é uma derrota no último segundo. Hedo Turkoglu foi o herói. Assim, série empatada a dois jogos e tudo em aberto, apesar do factor casa regressar a Orlando.

Venha de lá o quinto consecutivo

Começa a tornar-se repetitivo mas a verdade é que Rafael Nadal continua a varrer a concorrência. Então quando em terra batida, como é nesta altura do circuito, nem se fala. Não admira, tendo em conta que detém o recorde de vitórias neste tipo de terreno e não se vislumbra quem lhe quebre esta hegemonia. Além disso, Nadal tem uma característica que muitos que andam no topo não têm: humildade. Mesmo quando ganha (o que acontece na grande maioria das vezes…) faz questão de elogiar o adversário e, principalmente, reconhece-lhes qualidades, o que faz com que raramente perca a concentração. Quando defronta adversários menos credenciados e que se empolgam por jogar contra o número um – como Frederico Gil –, Nadal mantém sempre o nível elevado. Essa é a principal virtude dos campeões. Quererem sempre mais. Por isso Nadal venceu pela quinta vez consecutiva os torneios de Monte Carlo e Barcelona e caminha a passos largos para a quinta vitória em Roland Garros, recorde absoluto. Para quem gosta de estatística e quiser apostar na vitória do maiorquino em Paris, então fique a saber que Nadal nunca perdeu sequer um jogo em Roland Garros.

sábado, 25 de abril de 2009

Quanto vale uma boa defesa?

Assisti ontem à noite ao terceiro jogo da série que opõe Orlando Magic e Philadelphia 76Sixers e constatei o que se tem passado nestes playoffs da NBA: equilíbrio, com muitas surpresas à mistura. Começou com os campeões Celtics, que entraram no playoff a perder em casa (ontem recuperaram o factor casa ao vencer os Bulls em Chicago); a vantagem de 3-1 para Dallas contra os Spurs, que perderam um jogo no seu terreno; a vitória dos Portland em Houston; e ontem de madrugada, um cesto nos segundos finais deu vantagem a Philadelphia na série contra uma equipa que terminou em terceiro na conferência Este e conta com Dwight Howard, por exemplo. Deu para ver que, chegada esta altura do campeonato, talento e um bom ataque podem não chegar. Sangue e suor, isto é, uma boa defesa, fazem a diferença nesta fase. E Philadelphia exemplifica essa forma aguerrida de jogar. Há uns anos, Allen Iverson emprestava a sua magia e pontos à equipa e atrás de si tinha “carregadores de piano” que o ajudaram a ir à final. De qualquer forma, este não será o ano dos Sixers. Apenas utilizei a sua actuação no jogo de ontem para fazer crer que nem sempre com talento se garantem títulos. Como diz o chavão, o ataque ganha jogos e a defesa campeonatos.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Título Olímpico não é tudo

Telma Monteiro deu mais um pontapé nas críticas de que foi alvo no Verão passado. Depois de se classificar em 9º lugar nos Jogos Olímpicos de Pequim, um resultado que acabou por ficar abaixo das expectativas, Telma venceu hoje o Campeonato Europeu, na Geórgia. Pela terceira vez consecutiva, a juntar às vitórias de 2006 na Finlândia e de 2007 na Sérvia. Este ano, e já na categoria de -57kg, venceu também a etapa de Sófia na Taça do Mundo, a sétima da carreira. À melhor judoca portuguesa da actualidade apenas lhe falta um grande resultado nas Olimpíadas, mas convém lembrar que não é por não alcançar esse objectivo que todo o seu trajecto deve ser posto em causa. A atleta do Benfica já conquistou muitos e importantes títulos que elevaram ao patamar mais alto o judo português. Seria injusto criticar Telma pelo seu desempenho não ser o mesmo durante os poucos dias do torneio olímpico de judo, em contraponto com o percurso recheado de conquistas.

Este gaulês está louco!

Quando se olha para a compleição física de Alain Bernard, não é possível imaginar que o nadador francês era “só ossos”, nas palavras do seu treinador. Oito anos se passaram e Bernard é, literalmente, um monstro da modalidade. Desde Março de 2008, já bateu o recorde dos 100 metros livres por quatro vezes e estabeleceu ontem o novo máximo mundial, pela primeira vez abaixo dos 47 segundos (46,94s). Até ao ano passado, a lenda Peter Van den Hoogenband detinha o recorde da especialidade desde 2000. Agora, aos 26 anos, chegou a vez de Bernard, também campeão olímpico em Pequim. Juntamente com Eamon Sullivan, tem disputado o trono dos 100 metros numa espécie de “ora bates tu o record, ora bato eu”. Na final de hoje dos campeonatos de França, e ao ritmo a que os recordes se têm sucedido, Alain Bernard pode voltar a nadar abaixo da marca dos 47s. Não seria uma novidade se tal acontecesse.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O protegido de Schumacher

Chama-se Sebastian Vettel e é uma estrela emergente na Fórmula 1. Aos 21 anos, o piloto da Red Bull tem vindo a quebrar recordes: piloto mais jovem de sempre a participar numa corrida de F1, com 19 anos; a pontuar numa corrida de estreia, no Grande Prémio de Indianápolis de 2007; a vencer um Grande Prémio, também com 21 anos, em Monza, na época passada. Há dois dias, venceu em Xangai e contrariou o favoritismo dos pilotos da Brawn GP que, com a ajuda dos novos difusores, “limparam” a concorrência nas duas primeiras provas.
Ainda é cedo para prognósticos e a concorrência (Jenson Button, Rubens Barrichelo, Lewis Hamilton, Fernando Alonso) é feroz, mas Vettel pode quebrar esta época um outro recorde: o de campeão mais jovem de sempre da F1, que pertence a Hamilton.

sábado, 18 de abril de 2009

Começa o Showtime

Começam esta noite os playoffs da NBA, seguramente um dos maiores espectáculos à face do planeta. Lakers, Celtics e Cavaliers partem como favoritos, não só pela qualidade e resultados obtidos ao longo da época regular, como pelo desempenho na época passada. Mas os playoffs são uma competição à parte, onde tudo pode acontecer. Basta lembrar que LeBron James levou os Cavaliers à final em 2007 quando ninguém esperava. Ainda assim, não parece haver margem para grandes surpresas este ano. Lakers e Cleveland contam com os dois melhores jogadores da NBA, Kobe Bryant e LeBron James, enquanto que Boston defende o título mas sem o lesionado Garnett. Fora deste trio, apenas os Spurs parecem capazes de fazer uma pequena gracinha.James atravessa, aos 24 anos, a melhor fase da carreira e apenas lhe falta um título para se elevar mais alto na história da modalidade. Este ano tem tudo para o fazer.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Estoril Open

Rui Machado junta-se a Frederico Gil e Michelle Brito no clã português que vai disputar o Estoril Open. Depois da vitória no Challenger de Atenas e da subida ao lugar 129 do Ranking ATP, é mais um prémio para a excelente performance de Machado, que sonha com o Top 100.

Regresso ao passado

A vitória da selecção portuguesa de hóquei em patins no Torneio de Montreux teve uma importância tremenda, mesmo não se tratando de um europeu ou mundial. É que há seis anos que Portugal não vence uma competição internacional e tarda em voltar a ter o domínio da modalidade (embora seja ainda a selecção com mais mundiais e europeus conquistados). Com efeito, este século tem sido dos vizinhos espanhóis – cinco europeus e três mundiais, contra somente uma vitória no campeonato do mundo para Portugal, em 2003.
A três meses do mundial de Vigo, este triunfo pode servir de tónico moralizador. É verdade que a selecção espanhola usou a sua segunda linha em Montreux, mas tal não serve para tirar o mérito da vitória da equipa portuguesa, que há bem pouco tempo passou por um processo de renovação. E aí há que dar crédito ao seleccionador, Luis Sénica.
Vencer Monteux não significa que vamos vencer o Mundial de Julho. Mas foi um bom sinal se tivermos em conta que a selecção não vencia esta competição há 12 anos. Ente 1997 e 2009 só deu…Espanha.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Torpedo de Aveiro

Depois de bater dois recordes (100 metros mariposa e 400 metros estilo) nacionais e garantir cinco mínimos para os Mundiais de Roma, Diogo Carvalho fez um brilharete mais tarde. No Open de Espanha, o nadador do Galitos venceu duas medalhas de ouro – nos 200 metros mariposa e nos 200 metros estilo, a última delas recorde ibérico, com 1.59,95. Para além disso, quebrou dois recordes nacionais e conseguiu dois máximos individuais. Depois da presença em Pequim e do amargo de boca por ter ficado a um décimo do pódio no Mundial do ano passado, chegou a consagração.
Se por um lado Diogo mostra ambição em querer fazer melhor, por outro sabe que o nível da natação portuguesa ainda está longe do topo mundial. Nadadores da categoria de Phelps ou Bernard são, neste momento, inalcançáveis para os nossos atletas. Mas são jovens valores como Diogo Carvalho ou Diana Gomes que nos fazem olhar para o futuro com um sorriso.

PS: Frederico Gil continua numa forma fantástica. Hoje eliminou Ivan Ljubicic, apenas dois lugares acima de Gil, mas que em 2006 estava no…Top 3 do Ranking ATP. Nos quartos de final segue-se Alberto Montanes, 3º cabeça-de-série do torneio.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

O português corajoso

A vitória moral de Frederico Gil no duelo com Rafael Nadal valeu-lhe rasgados elogios da imprensa espanhol e do próprio site do ATP Tour pelas dificuldades que criou ao número um mundial. Se ganhar a “rafa” era à partida uma miragem, o equilíbrio que pautou o primeiro set foi bem real. Gil esteve perto de roubar um set ao melhor do mundo mas Nadal puxou dos galões para fazer o 5-5 e mais tarde fechar o parcial, encerrando as possibilidades do tenista luso. Ficou a experiência de jogar pela primeira vez a terceira ronda da competição mais importante do ténis mundial a seguir aos quatro Grand Slam, assim como o desejo de que este não seja um acontecimento isolado. A subida ao lugar 70 do ranking ATP traz obrigações acrescidas a Gil, de quem se espera agora que repita os resultados do Torneio de Miami. Para isso, é preciso um investimento significativo do ténis nacional para voltarmos a ver jogadores portugueses entre os melhores. E Gil coloca o dedo na ferida: a profissionalização do ténis português é urgente, a começar pelos seus dirigentes.


Entrevista Frederico Gil ao Jornal Record:
http://videos.sapo.pt/OR2LoT9zV05JI3ztE4Ze