Depois do show nos 100 metros, com a incrível marca de 9.58 segundos, Usain Bolt voltou a fazer história no Atletismo. Começam a faltar adjectivos para qualificar o jamaicano, que estabeleceu mais uma marca fantástica, agora nos 200 metros: 19.19 segundos. O velocista retirou novamente 11 centésimos ao anterior recorde, que lhe pertencia desde Pequim'2008, e deixou todos boquiabertos tal a superioridade evidenciada perante os rivais.
O ano passado, quanto pulverizou um recorde que se julgava inacessível, de Michael Johnson (19.32), caiu o carmo e a trindade. Com este novo máximo absoluto, Bolt entra definitivamente na galeria dos melhores de sempre da história do desporto. O recorde no duplo hectómetro era esperado (embora as certezas não fossem tantas devido ao cansaço do jamaicano e pelo facto de em Pequim Bolt não ter feito os últimos metros da corrida a festejar, como nos 100 metros) mas a forma como deixou os outro concorrentes para trás foi assustadora. Foi, alías, a maior vantagem de sempre na história da prova em campeonatos do mundo.
O que Bolt fez em poucos dias muito dificilmente alguém poderá fazer nos próximos anos. Ou seja, estes recordes estão aqui para durar, isto se o jamaicano deixar pois já avisou que pretende continuar nesta senda.
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
O futuro pertence-lhe
As esperanças portuguesas numa medalha no Mundial de Berlim estavam todas centradas em Nelson Évora. E, mesmo não tendo revalidado o título mundial no triplo salto (o que seria inédito nesta disciplina), o atleta português conquistou a prata e esteve ao seu nível, mostrando que é um dos melhores do mundo, como aliás, tem vindo a provar nestes últimos dois anos - ouro em Osaca e Pequim.
Acredito que os portugueses - e o próprio Évora - esperassem uma medalha de ouro. Era legítimo, aliás, esse desejo de ambas as partes tendo em conta o historial recente do saltador. Mas o 2.º lugar foi uma excelente classificação, assim como Phillips Idowu foi um justo vencedor e há-que admití-lo. O britânico fez uma marca fantástica (17.73 metros) e apenas o recorde pessoal do português (17.74, em Osaca) chegaria para levar o ouro. Nem com a marca de Pequim, de 17.67 metros, Nelson Évora teria ganho a Idowu.
A final de Berlim, provou, se é que tal era necessário, que Nelson Évora e Idowu são definitivamente os dois melhores saltadores do mundo. E aqui o português leva vantagem, pois é 5 anos mais novo que o campeão mundial (30 anos). Ou seja, o futuro pertence a Évora e o título mundial voltará para o português, salvo qualquer contra-tempo. Não há, por isso, qualquer razão para esmorecimentos ou desilusões. O nosso saltador voltará, em breve, à rota das vitórias.
Acredito que os portugueses - e o próprio Évora - esperassem uma medalha de ouro. Era legítimo, aliás, esse desejo de ambas as partes tendo em conta o historial recente do saltador. Mas o 2.º lugar foi uma excelente classificação, assim como Phillips Idowu foi um justo vencedor e há-que admití-lo. O britânico fez uma marca fantástica (17.73 metros) e apenas o recorde pessoal do português (17.74, em Osaca) chegaria para levar o ouro. Nem com a marca de Pequim, de 17.67 metros, Nelson Évora teria ganho a Idowu.
A final de Berlim, provou, se é que tal era necessário, que Nelson Évora e Idowu são definitivamente os dois melhores saltadores do mundo. E aqui o português leva vantagem, pois é 5 anos mais novo que o campeão mundial (30 anos). Ou seja, o futuro pertence a Évora e o título mundial voltará para o português, salvo qualquer contra-tempo. Não há, por isso, qualquer razão para esmorecimentos ou desilusões. O nosso saltador voltará, em breve, à rota das vitórias.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Lightning Bolt
A final dos 100 metros do Mundial de Atletismo, em Berlim, deixou no ar uma pergunta: até onde poderão ir os limites humanos? Desde que Jim Hines correu a distância abaixo dos 10 segundos pela primeira vez na história (1968), nunca o máximo mundial sofreu uma alteração tão acentuada como agora.
Usain Bolt, o jamaicano voador, tirou 16 centésimos ao recorde do mundo em apenas 15 meses, desde que bateu a marca do compatriota Asafa Powell (9,74) até domingo, onde fixou o novo máximo mundial nuns fantásticos 9,58 s. Impressiona a facilidade com que Bolt pulveriza recordes. Se nos Jogos Olímpicos de Pequim já escandalizou meio mundo ao tornar-se o primeiro a baixar os 9,70 s (e na parte final da corrida já estava mais preocupado em festejar), que dizer da sua performance em Berlim?
Uma coisa é certa: Lightning Bolt não vai ficar por aqui. Mal terminou a final, ficou no ar a sensação que de, se quissesse, o jamaicano poderia ter retirado mais uns centésimos ao recorde. O próprio já avisou que pode chegar aos 9,40. Embora pareça uma marca estratosférica, a verdade é que Bolt tem somente 22 anos e se não chegar lá será por muito pouco. A idade e as qualidades físicas ímpares (1,96 m) jogam a seu favor.
Pode pensar-se que Bolt não tem concorrência à altura, visto ser o campeão olímpico e mundial dos 100 e 200 metros (ambos com recorde). Mas é exatamente o contrário. A corrida de domingo foi a melhor da história dos 100 metros. O grande rival Tyson Gay, embora a grande distânica de Bolt, fez "apenas" a terceira melhor marca de sempre e bateu o recorde nacional dos EUA - 9,71 s. O próprio Powell fez 9,84.
Depois das duas finais de Pequim e Berlim, fica a sensação de que o velocista, ao ver que não tem rival à altura nos últimos metros, opta por deixar no ar a ideia de que ainda pode fazer melhor. E a verdade é que pode e irá continuar a bater o recorde do mundo.
Usain Bolt, o jamaicano voador, tirou 16 centésimos ao recorde do mundo em apenas 15 meses, desde que bateu a marca do compatriota Asafa Powell (9,74) até domingo, onde fixou o novo máximo mundial nuns fantásticos 9,58 s. Impressiona a facilidade com que Bolt pulveriza recordes. Se nos Jogos Olímpicos de Pequim já escandalizou meio mundo ao tornar-se o primeiro a baixar os 9,70 s (e na parte final da corrida já estava mais preocupado em festejar), que dizer da sua performance em Berlim?
Uma coisa é certa: Lightning Bolt não vai ficar por aqui. Mal terminou a final, ficou no ar a sensação que de, se quissesse, o jamaicano poderia ter retirado mais uns centésimos ao recorde. O próprio já avisou que pode chegar aos 9,40. Embora pareça uma marca estratosférica, a verdade é que Bolt tem somente 22 anos e se não chegar lá será por muito pouco. A idade e as qualidades físicas ímpares (1,96 m) jogam a seu favor.
Pode pensar-se que Bolt não tem concorrência à altura, visto ser o campeão olímpico e mundial dos 100 e 200 metros (ambos com recorde). Mas é exatamente o contrário. A corrida de domingo foi a melhor da história dos 100 metros. O grande rival Tyson Gay, embora a grande distânica de Bolt, fez "apenas" a terceira melhor marca de sempre e bateu o recorde nacional dos EUA - 9,71 s. O próprio Powell fez 9,84.
Depois das duas finais de Pequim e Berlim, fica a sensação de que o velocista, ao ver que não tem rival à altura nos últimos metros, opta por deixar no ar a ideia de que ainda pode fazer melhor. E a verdade é que pode e irá continuar a bater o recorde do mundo.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Fantochada em Roma
Quem assistiu ao recente mundial de natação, que se realizou em Roma, com certeza não ficou indiferente ao exorbitante número de recordes mundiais (43) que foram batidos em cerca de uma semana. A dada altura era cada tiro, cada melro, que é como quem diz, tinhamos novos máximos absolutos a cada prova disputada.
Michal Phelps, Ryan Lochte, Aaron Peirsol, Cielo Filho, Federica Pellegrini, Britta Steffen, entre outros...com tantos astros das piscinas que passaram pelo Foro Itálico não seria de admirar que assistíssemos à queda de muitos recordes como, aliás, já tinha acontecido nos Jogos Olímpicos de Pequim, ainda que em quantidade razoável.
O problema foi quando, há cerca de dois anos, resolveu aparecer um tal de poliuretano que quis ocupar o trono da modalidade. Essa substância que reveste os fatos dos nadadores foi, sem dúvida, decisiva para a farsa a que assistimos em Roma. Não tem outro nome. Para dar um exemplo, basta ver que a edição com maior número de recordes mundiais foi em 1973, com 16. Foi quase o triplo dos recordes em 2009. E, ou muito me engano, ou seria demasiada coincidência que tal tenha acontecido apenas no primeiro mundial em que os fatos de poliuretano foram utilizados.
Não quero com isto retirar mérito absolutamente algum aos nadadores que se exibiram em Roma com estes tecidos -e que até foram bastantes. Estiveram presentes, nesta competição, atletas fantásticos, alguns pertencentes à galeria dos melhores de sempre. O mérito também é em grande parte deles. Mas quando são os próprios a admitir que os fatos lhes permitem uma maior flutuabilidade dentro de água então está tudo dito. Bem, não para a FINA, que permitiu que esta fantochada fosse para a frente.
A federação internacional de natação já fez questão de dizer que estes fatos serão banidos em Janeiro de 2010. Muito bem, concordo. Então e o que fazer com os recordes que se bateram em Roma, a maior parte deles com recurso a esta "poção mágica"? Decisão complicada:
Anulá-los, como foi feito com o recorde de Alain Bernard nos 100 metros livres antes do Mundial? Ou tapar os olhos e fazer de conta que nada se passou? Seja qual for a decisão, nunca será salomónica. Retirar todos esses máximos será desrespeitar o esforço dos atletas que estiveram em Roma e deram o seu máximo. Mantê-los será como que deixar para sempre no ar que esta edição foi uma farsa e uma anormalidade, visto que dificilmente vamos voltar a assistir a um show de recordes deste género. Em Janeiro estarei cá para ver...
No meio disto tudo ainda há espaço para fazer referencia a Phelps (sem fato...). O "Tubarão de Baltimore", depois de 6 meses sem competir, ainda foi a tempo de levar para casa 5 medalhas de ouro e uma de prata. Como dizia um jornal brasileiro, "um Phelps fora de forma conquista 6 medalhas". Imaginem se estivesse em forma então...
Michal Phelps, Ryan Lochte, Aaron Peirsol, Cielo Filho, Federica Pellegrini, Britta Steffen, entre outros...com tantos astros das piscinas que passaram pelo Foro Itálico não seria de admirar que assistíssemos à queda de muitos recordes como, aliás, já tinha acontecido nos Jogos Olímpicos de Pequim, ainda que em quantidade razoável.
O problema foi quando, há cerca de dois anos, resolveu aparecer um tal de poliuretano que quis ocupar o trono da modalidade. Essa substância que reveste os fatos dos nadadores foi, sem dúvida, decisiva para a farsa a que assistimos em Roma. Não tem outro nome. Para dar um exemplo, basta ver que a edição com maior número de recordes mundiais foi em 1973, com 16. Foi quase o triplo dos recordes em 2009. E, ou muito me engano, ou seria demasiada coincidência que tal tenha acontecido apenas no primeiro mundial em que os fatos de poliuretano foram utilizados.
Não quero com isto retirar mérito absolutamente algum aos nadadores que se exibiram em Roma com estes tecidos -e que até foram bastantes. Estiveram presentes, nesta competição, atletas fantásticos, alguns pertencentes à galeria dos melhores de sempre. O mérito também é em grande parte deles. Mas quando são os próprios a admitir que os fatos lhes permitem uma maior flutuabilidade dentro de água então está tudo dito. Bem, não para a FINA, que permitiu que esta fantochada fosse para a frente.
A federação internacional de natação já fez questão de dizer que estes fatos serão banidos em Janeiro de 2010. Muito bem, concordo. Então e o que fazer com os recordes que se bateram em Roma, a maior parte deles com recurso a esta "poção mágica"? Decisão complicada:
Anulá-los, como foi feito com o recorde de Alain Bernard nos 100 metros livres antes do Mundial? Ou tapar os olhos e fazer de conta que nada se passou? Seja qual for a decisão, nunca será salomónica. Retirar todos esses máximos será desrespeitar o esforço dos atletas que estiveram em Roma e deram o seu máximo. Mantê-los será como que deixar para sempre no ar que esta edição foi uma farsa e uma anormalidade, visto que dificilmente vamos voltar a assistir a um show de recordes deste género. Em Janeiro estarei cá para ver...
No meio disto tudo ainda há espaço para fazer referencia a Phelps (sem fato...). O "Tubarão de Baltimore", depois de 6 meses sem competir, ainda foi a tempo de levar para casa 5 medalhas de ouro e uma de prata. Como dizia um jornal brasileiro, "um Phelps fora de forma conquista 6 medalhas". Imaginem se estivesse em forma então...
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