segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Relógio suíço

Por motivos profissionais, acompanhei o recente Open da Austrália com muita atenção. O primeiro Grand Slam da época costuma ser palco de algumas surpresas em virtude dos atletas ainda estarem em início de época, longe das melhores condições, mas este ano os escândalos não surgiram "ao mais alto nível".

Os vencedores em Melbourne Park acabaram por ser os respectivos líderes mundiais, Roger Federer e Serena Williams. Se no caso da norte-americana o percurso foi mais complicado a partir dos quartos-de-final, onde esteve à beira do KO frente a Victoria Azarenka (perdia 4-6 e 0-4...), e depois na final frente a Justine Henin, no caso do suíço foi uma demonstração inequívoca de superioridade.

Federer apenas cedeu dois "sets" em todo o torneio e mostrou um ténis ao nível do seu melhor de sempre. O primeiro parcial perdido frente a Andreev logo a abrir a competição despertou o suíço, que a partir daí atropelou os seus rivais, mostrando uma mescla variadíssima de pancadas, alternando as bolas em slice com as poderosas acelerações de direita e mostrando uma esquerda como há muito não se via.

A final antecipada frente a Nikolay Davydenko, a besta-negra mais recente, mostrou desde logo que o helvético estava um nível acima de todos os rivais, beneficiando ainda da menor condição física de Rafael Nadal. O espanhol, em forma, é definitivamente o único do circuito mundial que consegue fazer frente ao melhor Federer. Esperemos, a bem do ténis, que "Rafa" esteja recuperado das lesões em Roland Garros, onde jogará no seu terreno.

Não podia passar também sem destacar o maravilhoso percurso de Justine Henin, regressada aos cortes depois de 18 meses de ausência. A belga, num estilo de jogo muito semelhante ao do líder mundial masculino, mostrou que a chegada ao top'3 do "ranking" - pelo menos - é apenas uma questão de tempo...e de jogos. Em Paris, e com mais competição nas pernas, veremos como será...

Destaco ainda Marin Cilic, jovem tenista croata de 20 anos que deixou pelo caminho Juan Martin Del Potro (vencedor do US Open) e Andy Roddick e foi até às meias-finais, e o batalhão chinês no sector feminino, onde Na Li e Jie Zheng colocaram o seu país, pela primeira vez, com dois representantes nas meias de um Grand Slam.

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